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segunda-feira, 13 de agosto de 2007

UNIDOS PARA SEMPRE

Quando um casal cristão vai ao altar para se unir pelos laços sagrados do sacramento do matrimônio, promete mutuamente um amor perene, até que a morte os separe. É uma meta sublime, que nem todo o casal consegue atingir. Há tantos que ficam juntos até que a cachaça os separe, ou, o que é mais freqüente, até que aquele outro parceiro, mais charmoso e atraente os separe.Em novembro passado, tive a alegria de abençoar o casal Luiz e Elza Tamanini, de Rodeio, por ocasião de suas bodas de diamante. Comemoravam 60 anos de matrimônio feliz. O casal teve 15 filhos, dos quais 14 vivos. Apenas uma menina morreu quando pequena. Além dos filhos, filhas, genros, noras, netos e bisnetos, estava presente um expressivo número de amigos. Todos louvaram a Deus e sentiam a felicidade junto com o casal, porque permaneceram unidos, enfrentando juntos os embates da vida. Não passou pela cabeça de ninguém que teria sido melhor que o amor tivesse morrido antes e que não chegassem àquela feliz data.Nem todos têm tal felicidade. O vírus da desunião e da infidelidade penetra em muitos corações e destrói uniões conjugais que tinham tudo para dar certo. Marido e esposa sabem que a vida matrimonial não é só um mar de rosas. O amor, para ser perene, deve ser um amor de doação. Doação supõe renúncia, supõe abnegação. Ferido pelo pecado, o ser humano é egoísta, e tem a tentação de se servir e não de ser um servidor. Procura o que lhe dá maior prazer no momento. Seduzido por tal tentação, é capaz de pisar em cima dos compromissos mais sagrados.O homem, mesmo quando erra, não gosta de reconhecer que foi ele quem errou. Prefere jogar a culpa nos outros e se autojustificar. A culpa do fracasso cabe ao outro, acusa ele. Chega mesmo a agredir a Igreja, tachando-a de medieval, porque ainda fala em casamento indissolúvel.O magistério da Igreja reconhece que, no mundo consumista e permissivo de hoje, não é fácil manter-se fiel a compromissos perenes. Reconhece que não poucos casamentos nunca deveriam ter sido contraídos, pois contêm um vício que os torna nulos desde sua origem. Nos tribunais eclesiásticos, tais casamentos são anulados, com a pessoa ficando livre para novas núpcias.Contudo, é fora de toda a dúvida que o melhor casamento é aquele que dura até o fim, em que o amor não morre antes dos esposos. Todo o desentendimento, toda a briga e pancadaria, todo o escândalo diante dos filhos estarrecidos são traumatizantes. Vale a pena ir para o altar com sentimentos cristãos de fidelidade e amor perene. Vale a pena cultivar o amor e a união.Uma revista alemã ("Psychologie Heute", agosto/94) traz o resultado de pesquisa feita com 105 casais que tinham entre 25 e 46 anos de matrimônio. Chegaram à conclusão de que não é fácil manter a união, mas compensa. Solicitados a darem seu parecer sobre o que se deve fazer para manter a unidade matrimonial, os seguintes 10 pontos receberam o maior número de indicações: 1. Confiança mútua; 2. amor; 3. fidelidade; 4. honestidade e sinceridade; 5. tratamento mútuo carinhoso; 6. paciência e compreensão; 7; aceitação mútua; 8. harmonia sexual; 9. filosofia de vida semelhante; 10. interesses comuns.Quando um casal vai para o altar, anseia invariavelmente ter um matrimônio feliz. Acreditam sinceramente que assim vai ser. A história da vida é que traz as surpresas, com sua dor e desespero. Como tudo o que tem valor, também os valores matrimoniais devem ser cultivados. Custa sacrifício, renúncia, mas vale a pena.· Dom Tito Buss, bispo de Rio do Sul

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