Deserto....
Em algum momento de nossas vidas, quando estamos a caminho do cumprimento das promessas de Deus, deparamo-nos com desertos no nosso trajeto. É aí, então, que aprendemos coisas grandes que não sabíamos.
No deserto atravessamos fases de nossa vida em que ficamos perplexos sem entendermos a razão e o porquê. Seria um adiamento para que o melhor aconteça em nossa existência?
Temos, porém, a certeza de que o Senhor estará no controle de tudo e que a Sua presença será real.
Todos os servos a caminho da vitória passam pelo deserto. Nós fazemos parte da fila da sucessão; com lágrimas e angústia no coração, mas cientes do grande privilégio de ensinar àqueles que quiserem aprender a lição no deserto como os que por ele já passaram.
Conquanto passamos no deserto por tristezas e sofrimentos, poderemos, nesses momentos, sentir o conforto do colo do Pai. E para que isso ocorra, precisamos nos colocar em posição de resignação à vontade do Senhor e sermos sacrifício vivo diante dEle. Pois, nosso Deus nos aperfeiçoa no deserto conforme o Seu desejo em nos usar. Embora seja um trabalho muitas vezes demorado, não será para sempre.
O Senhor tem métodos de tratamento para alcançar o Seu propósito. Is 28:26-28 "O seu Deus o ensina e o instrui acerca do que há fazer. Porque a ervilhaca não se trilha com instrumento de trilhar, nem sobre os cominhos passa roda de carro; mas, com uma vara, se sacode a ervilhaca e os cominhos, como um pedaço de pau. O trigo esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com rodas do seu carro, nem se quebra com seus cavalos".
No deserto precisamos ficar atentos qual a forma de tratamento que Deus tem estabelecido para nós:
Para alguns o processo tem início no celeiro de grãos.
Assim como o grão, terá que ser trilhado, moído e quebrado até estar fino e poder tornar-se útil ao uso. Assim ocorre com alguns servos que querem ser úteis na mão do Mestre. Precisam ser feitos primeiramente em pedaços e depois triturados até serem transformados em fina farinha. Úteis para vários pratos.
Para outros o tratamento é na roda do oleiro.
O material será cortado e moldado, tomando a forma que o oleiro determina. Mas sempre permanecendo na roda, submisso ao toque das mãos do, Mestre. Sem reserva ou resistências. Somos nós na mão do oleiro Jr 18:6 "não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que, como barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel".
Ele sabe como nos moldar, o trabalho é dEle, e Deus é um perito no criar; Ele conhece bem a nossa consistência.
Produz e molda segundo o Seu querer, formosos e belos vasos para o Seu trabalho.
Mas somos vasos! E de barro! "temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós".II Co 4:7
Para outros o lugar é no fogareiro
Nesse lugar, o ouro é depurado, é refinado. Toda a impureza é retirada.
As pedras e rochas são encontradas sem forma definida e sem valor estimado. Após algum tempo, na fornalha, as impurezas são retiradas e a transformação ocorre: são agora ricas e preciosas jóias.
Quando nós, servos, somos refinados, somos transformados em mais fino ouro. Jóias escolhidas: "e então o senhor, seu Deus, os irá salvar naquele dia como o rebanho do seu povo, porque eles são pedras de uma coroa, que resplandecem sobre a terra"Zc 9:16
O passar pelo deserto pode nos levar ao tratamento no celeiro de grãos onde somos triturados, moídos e quebrados; ou pode nos conduzir à roda do oleiro onde somos cortados e moldados segundo a vontade do oleiro, ou ainda podemos ser colocados no fogo onde seremos depurados e refinados.
Qualquer um desses tratamentos implica em sofrimento. Deserto é lugar de conserto e resistência. Mas é também lugar de aprendizado.
Deus usa esse métodos para:
Nós nos aproximarmos dEle : são nos momentos de dor que nos achegamos a Deus em oração sincera, autêntica e honesta. É entre lágrimas que aprendemos, a respeito de Deus, coisas as quais não aprenderíamos de outra forma.
É na escassez que conhecemos o Deus da provisão.
É na solidão que conhecemos o Deus Emanuel.
É na doença que conhecemos o Deus da cura.
É na impossibilidade que conhecemos o Deus do impossível.
Sermos aperfeiçoados: assim como o grão é retirado e moído para ser utilizado, nós, no deserto, moemos o nosso eu. Não é o que eu quero mas o que Deus quer de mim. Na roda do oleiro, o Mestre molda o vaso; no deserto, nosso temperamento e moldado, nosso caráter é aperfeiçoado.
Seremos valorizados no reino: o ouro é depurado e refinado no fogo para ser desejado por quem o vê. No deserto somos transformados de forma que as pessoas desejem a nossa companhia e podermos ser usados para edificar a igreja.
Como servos, vamos ao deserto sem vontade própria, mas em obediência Àquele que sabe todas as coisas!
No deserto não vemos nenhum verde, nenhuma árvore ou flores. Só cactos e pedras. Lembrem-se: o deserto é lugar de concerto, de resistência.
Mas é também lugar de passagem, passagem para uma nova paisagem...
E é por um tempo indefinido, mas nunca eterno."Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada". Rm 8:18
O Senhor nos abençoe na nossa caminhada e, ao passarmos pelo deserto, possamos entender o trabalhar de Deus em nossa vida e vermos o deslumbre da paisagem ao final dele.
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