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domingo, 14 de setembro de 2008

O grito da meia noite

A fome dizima povos. Heresias proliferam-se. O amor é um sentimento raro. Silencia-se povo cristão. Nos campos, as pragas. Nos lares, desencontros. O sorriso do próximo parece mais uma capa ocultando depressão amarga. No âmago da humanidade reside tamanha indecisão. A terra abala-se pelas crises. Há como que um tremor e terror no ar e somente um que resiste até que do meio seja tirado.

A noite avança.
É o gemido dos anjos, da natureza,
É o clamor das criaturas,
É o grito da meia-noite: “Aí vem nosso Senhor Jesus Cristo, saí-lhe ao encontro”.

-Onde está meu pai...
Lancinante é o grito do filho que, desorientado, corre rua abaixo. Alguma cena conturbadora ele presenciou.

-Devolvam meu esposo...
Lá está a mulher, agora angustiada. Ela sempre desprezou, como ela mesma dizia, a idéia de cristianismo.

-Meus filhinhos, que foi feito deles?. Estavam aqui a menos de um minuto! Raptaram meus filhinhos; quero-os de volta a qualquer preço.
Eis o clamor da mãe que devido os bens materiais desdenhava da esperança do evangelho em sua simplicidade.

A multidão está em alvoroço. A maioria tem algum parente desaparecido. A turba clamorosa não aguardava tão abrupto e repentino acontecimento.

Jesus voltou... Jesus voltou.

A esperança do cristão tornou-se realidade. O devaneio dos insensatos foi confundido, e, como uma nuvem mais alva que a neve, os resgatados aglomeram-se nos ares.

Jesus voltou...

Enxugue as lágrimas, oh! Remido,
Levante a cabeça, oh! Cristão,
Está chegando o seu dia,
Em que adentrará os umbrais das Portas de Sião.

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